27 de outubro de 2018 – 21h
CARTAZ REFERENTE À SEGUNDA FASE | REPOSIÇÃO
Sobre o Espetáculo
Produzir espetáculos para todos os públicos, numa diversidade de estéticas e de géneros, tem sido uma constante preocupação da ATEF, primeiro renovada pelo lema O TEF FÁ-LO SAIR DE CASA e depois acentuada por estratégias de acessibilidade, veiculadas pelas práticas do TEF CULTURA ACESSÍVEL. Nesse enquadramento e desde 2016, inserimos as traduções de LGP nos espetáculos, a residência do Oficina Versus Teatro na ATEF e a expansão do Serviço Educativo da ATEF.
Nesse contexto, este espetáculo, erguido a partir do último romance de João França, cumpre outra das mais emblemáticas vertentes da ATEF – a ITINERÂNCIA CULTURAL, ativa desde os anos 80, com o propósito de levar o Teatro às pessoas privadas de acesso cultural nos diferentes concelhos da Madeira – um acesso que, apesar de mais facilitado pela rede de vias rápidas, nos dias de hoje, não basta ainda, por si mesmo, para levar cultura a todos os pontos da Região, de forma sistemática, ao ponto de criar hábitos culturais nas pessoas e transformar mentalidades.
No histórico da ATEF, salientamos o importante papel do INATEL no apoio à itinerância cultural, durante os anos 80 e 90, como suporte logístico de produção, formação e promoção do Teatro nos vários concelhos da Madeira e Porto Santo, em palcos muitas vezes improvisados, em condições precárias, mas que acrescentaram valor e gosto pelo Teatro a tantos espetadores…
Fica a ATEF grata à Câmara Municipal do Funchal, através do seu Departamento de Cultura, pelo patrocínio deste espetáculo, em estreia no Teatro Municipal Baltazar Dias, com o objetivo de criar itinerância cultural na próxima temporada artística da ATEF, uma atitude que entendemos de grande visão no apoio das práticas de Acesso à Cultura.
CARTAZ REFERENTE À PRIMEIRA FASE
Texto do Encenador
Ao ler o romance de João França, cresceu em mim a vontade de o levar ao palco, tornando-se esta uma tarefa difícil, pela riqueza e diversidade oferecidas na obra e que me vi obrigado a simplificar o que, certamente, seria mais fielmente defendido numa linguagem como a do cinema. Contudo, desafiei-me a pegar na essência da história e colocá-la em cena. Poderia contar a história de diversas formas, utilizando mais material dramático existente no romance, mas esta foi a minha opção, para um espetáculo que tem como objetivo uma digressão pelo nosso arquipélago e, quem sabe, para a banda d`além. Coloquei-me ao lado do protagonista e, com este homem de boa fé, percorri aventuras e desventuras, rodeado pelas múltiplas sombras de um regime que contaminou, fatidicamente, o pensamento e a ação de um povo.
Na dramaturgia que estruturei, o drama percorre a ação, em 18 anos da vida deste homem. Quando a tragédia se instala, é fora da cena, longe da vista do espetador, numa recusa premeditada de não ver o ridículo da inocência de Pedro. Mesmo rastejando, primeiro consciente da sua missão e, depois, libertando-se para o desconhecido, podendo subentender-se, este, como um ato homicida.
“…ADVOGADO DE DEFESA – Se um tribunal é constituído para ministrar a justiça, e é sem a menor sombra de dúvida, vejo-me na obrigação de perguntar se este homem de alma doente merece a pena máxima exigida pelo digno representante do Ministério Público? Permita-me Vossa Excelência, senhor doutor juíz, seja eu mesmo a responder à pergunta. E respondo: Não. Tem este não a consciência do respeito pelo Tribunal e do amor à justiça. A meu ver e a ter em conta a causa deste drama, quem o tribunal devia condenar não era este homem e sim este país pelo crime de uma emigração estimulada….”
In romance “Uma Tragédia Portuguesa” de João França
Sobre João França
João França nasceu no Funchal em 1908 e faleceu em Lisboa em 1996. Foi escritor, jornalista poeta, ator e dramaturgo. Revolucionário e com laivos de anarquista na juventude, escapou por pouco à perseguição pela PIDE. Na sua obra e textos jornalísticos, expressou os problemas sociais da sua terra.
Como dramaturgo, escreveu várias peças em um ato, destinadas à representação por artistas amadores e nas quais também tomou parte como ator. Várias delas foram representadas na rádio Emissora Nacional, Voz de Lisboa e Rádio Peninsular. Como jornalista, colaborou, na Madeira, em diversos jornais e revistas: A Ilha, Comércio do Funchal, Re-nhau-nhau, O Povo, Independência, A Batalha, Diário da Madeira, Eco do Funchal, Diário de Notícias, Esperança e Margem.
Fixou-se em Lisboa em 1938, ali trabalhando como redator jornalístico. Depois de passar por A Noite e pelo Jornal da Tarde, foi n’O Século que definitivamente se fixou, atingindo aí o topo da carreira como jornalista internacional.
Entre outras obras, escreveu: Zé do Telhado (1944); O Drama do Bobo (1964); A Ilha e o Tempo (1972); O Emigrante (1978); Baltazar Dias (2003); Uma Família Madeirense (2005) e o Cântico da Terra Ilhoa (2008);
O livro “Uma tragédia portuguesa”, é um romance póstumo do autor que tem por pano de fundo a emigração portuguesa para França, na década de 60, retratada fielmente, desde o “salto” para Espanha, feito clandestinamente, à chegada ao destino final e respetivo trabalho nos “bidonvilles” de Saint-Denis, nos arredores de Paris.
Breve historial | itinerância da ATEF:
1985 – “Fantastomático” de Paulo Maar | encenação Miguel Martins
1985 a 1987 – “A mosqueta” , de Ângelo Beolco | encenação Fernando Heitor
1987 – “O grilo Perlimpim”, texto coletivo | encenação Grupo 2+1
1988 a 1989 – “Thetron e Saltimbancos”, de Karl Wallentin | encenação Eduardo Luíz
1991 – “Comélia de Espavento”, de Ângelo Beolco | encenação Eduardo Luiz
1994 | 1995 – “Quase por acaso um Emigrante”, de João França | encenação Eduardo Luiz
1996 a 2006 – “Soprou Vento de Leste”, de Lília Bernardes | encenação Eduardo Luiz
2000 a 2001 – “ As Rosas Suicidam-se”, de Ramon Gornez de la Serna, tradução Jorge Silva Melo |encenação Bruno Bravo e Élvio Camacho
2002 a 2009 – “MÉÉÉÉÉ…tudo é como é” |projeto de Élvio Camacho e Paula Erra
2003 – “Caminhos em Lama”, de Magda Paixão | encenação Eduardo Luiz
2011 a 2012 – “Madeira, my Dear”, a partir de Ernesto Leal | encenação Élvio Camacho
2015 – “Xmas qd Kiseres”, de Jorge Louraço Figueira |encenação Eduardo Luiz
2017 – “inAPTO” | pelo Oficina Versus Teatro | encenação Duarte Rodrigues
2017 – “Vidas Privadas”, de Noel Coward |encenação Eduardo Luiz
Sinopse
No centro da ação, um cenário decorrente da ditadura do Antigo Regime e do pós Revolução dos Cravos, habitado por um emigrante clandestino, refratário, desertor da guerra do ultramar e anti-herói deste história. Pedro dos Anjos, protagonista desta aventura, é um homem ingénuo e de boa-fé que, com a sua simplicidade e inculpabilidade, acaba por cometer crimes contra uma pátria sombria, emigrando ilegalmente e desertando, involuntariamente, do cumprimento de dever num cenário de guerra colonial. Obrigou-se a partir para França, em busca de melhores condições de vida, suposta garantia de um futuro mais desafogado economicamente, para si e para a sua mulher. Mas, uma carta vinda de Portugal fê-lo regressar, impelido por um sentimento de “honra”. Foi então que o seu caminho se enredou de outras ilegalidades e da consequências dos seus atos presentes e passados.
FICHA TÉCNICA e ARTÍSTICA - 2ª Edição | Reposição
Adaptação, Dramaturgia e Encenação |Eduardo Luíz, a partir do romance Uma Tragédia Portuguesa de João França
INTÉRPRETES | PERSONAGENS
Delfino Pinto | Pedro dos Anjos
Pedro Santos | Pedreiro, Espanhol, Advogado, Rapaz, Prisioneiro
Richard Matos | Silva, Pai Cigano, Guarda Policial, Delegado, Diretor da Prisão, Barão
Sandra Cardoso | Mulher do Bar, Rosalina, Guarda Policial, Prisioneiro, Baronesa
Xavier Miguel | Homem da Gare, Cigano, Arlindo, Contrabandista, Dealer,
Direção de Cena | Avelina Macedo
Encarregues de Contrarregra | Delfino Pinto, Pedro Santos, Richard Matos, Sandra Cardoso e Xavier Miguel
Cenografia e Adereços | Paulo Sérgio BEJu
Assistentes de Cenografia e Adereços| Diogo Brazão e Miguel Teixeira
Conceção e Seleção de Figurinos | André Correia
Assistentes de Guarda Roupa | Cristina Loja
Costureiras| Natividade Correia e Salete Silva
Vozes Off:
António Plácido | narrador
Daniel Rodriguez | Juíz
Delfino Pinto | Pedro dos Anjos
Eduardo Luíz | Testemunha Antunes
Luís Costa | Testemunha Albino
Mariana Faria | Testemunha Matilde
Miguel Teixeira | Oficial de diligências
Pedro Santos | Delegado do MP
Richard Matos | Advogado de defesa
Criação Efeitos Sonoros e Montagem de Banda Sonora | Daniel Rodriguez
Operação de Som | Miguel Teixeira
Criação de imagens para projeção | Rui Soares
Seleção de imagens | Miguel Teixeira
Operação de projeção | Diogo Brazão
Desenho de Luz | Eduardo Luíz e Helder Martins
Montagem de Luz | Diogo Brazão, Helder Martins e Miguel Teixeira
Operação de Luz | Helder Martins
Carpintaria de Cena | Anastácio Santo
Fotografia do Cartaz | Paulo Sérgio BEJu Design Gráfico | Filipe Gomes | one line
Fotografia de Cena | Miguel Teixeira, Ester Vieira
Video clip promocional | Eduardo Costa
Produção Executiva| Ester Vieira
Assistentes de Produção | Helena Machado, Sandra Cardoso e Silvia Rosado
Divulgação | Daniel Rodriguez, Ester Vieira, Helena Machado e Silvia Rosado
Frente Casa | Helena Machado
Bilheteira | Cine Teatro
FICHA TÉCNICA e ARTÍSTICA - 1ª Edição
INTÉRPRETES | PERSONAGENS
Delfino Pinto | Pedro dos Anjos
André Rodrigues | Espanhol, Joaquim, Fazendeiro, Advogado, Rapaz, Prisioneiro
Eugénio Cabral | Silva, Pai Cigano, Guarda Policial, Delegado, Diretor da Prisão, Barão
Sandra Cardoso | Mulher do Bar, Rosalina, Guarda Policial, Prisioneiro, Baronesa
Xavier Miguel | Homem da Gare, Cigano, Arlindo, Contrabandista, Dealer,
Direção de Cena | Avelina Macedo
Encarregues de Contrarregra | Delfino Pinto, Eugénio Cabral, André Rodrigues, Sandra Cardoso e Xavier Miguel
Cenografia e Adereços | Paulo Sérgio BEJu
Assistentes de Cenografia e Adereços| Daniel Rodriguez e Miguel Teixeira
Conceção e Seleção de Figurinos | André Correia
Assistentes de Guarda Roupa | Cristina Loja
Costureiras| Natividade Correia e Salete Silva
Vozes Off:
António Plácido | narrador
Daniel Rodriguez | Juíz
Delfino Pinto | Pedro dos Anjos
Pedro Santos | Testemunha Antunes
Luís Costa | Testemunha Albino
Mariana Faria | Testemunha Matilde
Miguel Teixeira | Oficial de diligências
Eugéno Cabral | Delegado do MP
André Rodrigues | Advogado de defesa
Criação Efeitos Sonoros e Montagem de Banda Sonora | Daniel Rodriguez
Operação de Som | Daniel Rodriguez
Criação de imagens para projeção | Rui Soares
Seleção de imagens e operação de projeção | Miguel Teixeira
Desenho de Luz | Eduardo Luíz e Helder Martins
Montagem de Luz | Equipa TMDB e Helder Martins
Operação de Luz | Helder Martins
Carpintaria de Cena | Anastácio Santo
Fotografia do Cartaz | Paulo Sérgio BEJu
Design Gráfico | Filipe Gomes | one line
Fotografia de Cena | Miguel Teixeira, Ester Vieira
Video clip promocional | Eduardo Costa
Produção Executiva| Ester Vieira
Assistentes de Produção | Helena Machado, Sandra Cardoso e Isabel Martins
Divulgação | Daniel Rodriguez, Ester Vieira, Helena Machado e Isabel Martins
Frente Casa | Isabel Martins
Bilheteira | TMDB
PS – Neste espetáculo são recriados figurinos e adereços de anteriores produções do TEF, cuja conceção artística provém duma extensa e talentosa equipa de figurinistas, cenógrafos e aderecistas, criados ao longo dos últimos 42 anos.
RESERVAS E CONTACTOS
De segunda a sexta
Das 09h30 às 12h30 e das 14H30 às 17h30
Telef. – 291 226 747 / 933 369 136
email: info@atef.pt
Bilhetes à venda 1h00 antes do espetáculo, no local de representação.
NÃO ACEITAMOS RESERVAS POR FACEBOOK