Actores de Boa Fé
de Marivaux
de Marivaux
Temporada artística
2005
Encenação
Kot-Kotecki
INTÉRPRETES E PERSONAGENS
Zé Ferreira | Merlim
Sónia Carvalho | Lisette
Nivalda Candelária | Colette
Richard Matos | Blaise
Luís Melim | Eraste
Sílvia Rodrigues | Angelique
Dina de Vasconcelos | Argante
Ana Graça | Amelim
Magda Paixão | Araminte
Avelina Macedo | Notário
Ficha Artística e Técnica
Autoria | Marivaux
Encenação | Kot-Kotecki
Figurinos e Caracterização | Rúben Teixeira
Cenário e Adereços | Zé Ferreira
Direcção de Cena | Cristina Loja
Contra-regra | Avelina Macedo
Mestra de Guarda-roupa | Ilda Gonçalves
Sonoplastia | Henrique Vieira
Operação de Som | Cristina Loja
Desenho de Luz | Carlos Ribeiro
Operação de Luz | LUZPALCO
Texto do Encenador
Tairocas e Coturnos!
Como funciona o Amor? É um segredo que cada um de nós tem de descobrir, no meio de encontros, desencontros, zangas, ciúmes, ternuras e outras feituras.
Imbuídos no espírito do Amor ficamos anestesiados e com muitas dificuldades em raciocinar. É o que acontece nesta peça teatral, onde os supostos actores ao trocar os seus pares amorosos instalam a confusão entre realidade e ficção.
Como cada Comédia tudo acaba com “lágrimas de crocodilo”, de riso e Felicidade!
Amar Algo ou Alguém só faz bem! Sejam Felizes!
Aos verdadeiros Autores, aos Actores, Encenadores, Professores, Estudantes, Espectadores e outros Criadores … Bom Espectáculo e Viva o Teatro!…
Bom Natal!
Bom Séc. XXV!
Sobre a Peça
Actores que fingem de amadores que fingem de actores.
Actores de Boa Fé, texto publicado anonimamente em 1757, é uma pecinha da maturidade de Marivaux. Nunca representada em vida do autor (1688-1763), só depois da década de quarenta do século XX teria a sua estreia num palco francês. Graças à crescente consciência de que por detrás da diversão se esconde um olhar crítico sobre o mundo, o seu teatro, ao longo dos séculos, foi ganhando um lugar cada vez maior nos palcos franceses e internacionais.
A primeira das referências ao universo teatral evidenciada no texto, destina-se a parodiar o cultismo dos autores de meia tigela que Merlim personifica. O génio do autor teatral é definido por este Criado – de – quarto – encenador – “director” de companhia (uma menção clara à dependência social do teatro) como a maior ou menor habilidade com que recorre aos anacreontícos e o engenho com que produz o “canevas”. Aos actores também eles assalariados e hierarquizados segundo categorias precisas de origem (rurais/urbanos) e função (criados de dentro, criados de fora, etc), pertence o “instinto” que dita os diálogos – estamos em plena improvisação à maneira da commedia dell’arte –, a ignorância, o espírito competitivo e a vaidade.
Eugénia Vasques