Max
de Fabrízio Pelagatti
de Fabrízio Pelagatti
Temporada artística
2002
Encenação
Fabrízio Pelagatti
INTÉRPRETES E PERSONAGENS
Ana de França | Teresa
Ana Graça | Paula e polícia
João Noberto | José
Magda Paixão | Ana
Norberto Ferreira | Max e idoso
Sílvia Marta | Maria
Ficha Artística e Técnica
Encenação, Autoria e Direcção de Actores | Fabrízio Pelagatti
Direcção de Cena | Norberto Ferreira
Encarregue de Contra-regra | Avelina Macedo
Assistência | Sérgio Nascimento
Encenação, Autoria e Direcção de Actores | Fabrízio Pelagatti
Direcção de Cena | Norberto Ferreira
Encarregue de Contra-regra | Avelina Macedo
Assistência | Sérgio Nascimento
Ambientação Espacial | Fabrízio Pelagatti
Execução Cenográfica | Estabelecimento Prisional do Funchal
Liminótecnia e Luz Eléctrica | LUZELÉCTRICA
Operação de Som | Maurício Castro | Fabrízio Pelagatti
Execução Cenográfica | Estabelecimento Prisional do Funchal
Luminotecnia e Luz Eléctrica | LUZELÉCTRICA
Operação de Som | Maurício Castro
Sinopse
Criar, analisar, observar, improvisar actuar…
Para o encenador a ideia surgiu deste Max. Explorando sentimentos e situações os actores foram levados a testar a ideia, procurando descobrir a sua força dramática, e a sua permanência ao longo do que poderia ser o enredo.
A partir da personagem Max, possesso de ciúme, desenvolvem-se acontecimentos que vão tomando forma de enredo, com diálogos e acções nascidos, num tempo real, num teatro ao vivo, com actores que em permanente improvisação assumem personagens envolvidas no conflito gerado.
Quando se estruturam os acontecimentos, o princípio e o fim são definidos, após exploração de várias hipóteses. No trabalho contínuo novas emoções surgem, novas sugestões são lançadas. O encenador orienta o trabalho e controla as cenas, chamando a atenção dos actores para os acontecimentos registados já na sinopse do espectáculo.
Na apresentação ao público os movimentos, as frases e as emoções, em cada espectáculo sofrem alterações, mas as intenções permanecem e a história é a mesma.
Texto do Encenador
Desconhecendo que Roberto Benigni era tão conhecido na Madeira e tendo o privilégio de conhecê-lo em Perugia, compreendi a razão pela qual ao ser premiado pelo óscar afirmava: Estou muito agradecido à minha puberdade, porque quem foi pobre, preza muito os valores humanos mais humildes: a família, a sobrevivência e quando a palavra não é um valor material é um dom de Deus e quando não se tem nada a única coisa que fica é a palavra. Não há medo de cair e as palavras ficam no ar e o espírito de quem pensa livremente. Vai contra a corrente do modo de pensar de muitos intelectuais que sabem tudo e tudo aquilo que são.
As primeiras aparições teatrais de Benigni custaram as demissões de alguns presidentes dos círculos teatrais porque não estavam habituados a ouvir as palavras com a linguagem corrente, escutando tão-somente as usadas pelo teatro oficial, como se não conhecessem as suas próprias palavras, como se gravassem a sua voz no gravador e ao ouvi-la não a reconhecessem.
Foi forçado em 1974 a fundar um novo grupo teatral que se chamava “as palavras, as coisas”. A escolha nasceu da maturação dum certo teatro experimental que completou as suas funções e que o que para eles contava era a palavra inserida num novo registo linguístico.
Não é o caso de confrontar Carmelo Bene e Benigni, mas é que da parte deste último existiu uma procura muito interessante e construtiva, enquanto Bene, considerado por mim o maior actor italiano da era de 1900, o único capaz de interpretar qualquer papel, esqueceu-se das leis naturais, mantendo uma obsessão de ensaiar das 8 horas da manhã às 8 horas da noite o mesmo personagem.
Vejo no Teatro Experimental do Funchal um terreno muito fértil que dá muitos frutos. Espero que de muitos tipos, graças à organização, à paixão e à vontade de fazer bem a um teatro que está em crise e sem ideias e planos, como o que se está a passar momentaneamente em Itália, onde a Directora da Cultura está falando de privatização como se se tratasse de um monopólio para um grande empreendedor.