158ª produção | M 12
Temporada artística 2024 – 2025
CAMÕES – as armas e os barões assinalados …
texto de José Saramago
dramaturgia e encenação – António Plácido
158ª produção | M 12
Temporada artística 2024 – 2025
CAMÕES – as armas e os barões assinalados …
texto de José Saramago
dramaturgia e encenação – António Plácido
Duração do Espetáculo:
90 minutos aprox.
CCIF (Centro Cultural e de Investigação do Funchal / Matadouro)
CALENDÁRIO
16 a 19 outubro 2024 (1ª fase)
16 outubro | 4ª feira | 15h00 – Ante Estreia 1
17 outubro | 5ª feira | 11h00 – Ante Estreia 2
18 outubro | 6ª feira | 21h00 – Estreia
19 outubro| sábado | 21h00
CTSA (Cine Teatro de Santo António)
29 janeiro a 01 fevereiro 2025 (2ª fase)
29 janeiro| 4ª feira | 11h00 e 15h00
30 janeiro | 5ª feira | 11h00 e 15h00
31 janeiro | 6ª feira | 15h00 e 21h00
01 fevereiro | sábado | 21h00
CARTAZ
Sinopse
“Que farei com este livro?”, pergunta-se Camões, segundo José Saramago, ao contemplar o seu poema OS LUSÍADAS por fim impresso. Foi esta a pergunta que induziu José Saramago a escrever uma peça de Teatro cuja ação decorre em Almeirim e Lisboa, quando da chegada de Luís de Camões a Lisboa, vindo da Índia e Moçambique, no ato de negociar a publicação da primeira edição de OS LUSÍADAS. No meio de personagens históricas figuram outras, nascidas da imaginação do escritor, no período entre 1570 e 1572.
“Se eu fosse esmolar pelas ruas e praças talvez me dessem dinheiro para comer. Mas não mo dariam se eu dissesse que o destinava a pagar ao livreiro que me imprimisse o livro”.
Será necessário ler este livro para saber se foi Camões ou Saramago quem assim falou Estreada em 1980, na época um grande êxito junto do público, a crítica tem considerado esta obra como uma homenagem a Camões, na medida em que nela se dramatiza toda a problemática ligada à publicação da maior obra épica em língua portuguesa: o desinteresse do rei e da corte, a difícil situação económica do poeta e de sua mãe, a relação de Camões com o impressor, a Inquisição.
MENSAGEM DO ENCENADOR
A peça de teatro “Que farei com este livro?”, escrita por José Saramago, foi publicada em 1980, no âmbito do 4º centenário da morte de Camões. Embora, segundo o próprio, o autor não seja um romancista histórico, opta, no entanto, por retratar neste texto a época em que Luís de Camões regressa da Índia, colocando como pano de fundo da ação dramática o momento político, cultural e social que Portugal vive, enfatizando o poder castrador da Inquisição. A par da crítica ao Reino a que Camões regressa, Saramago faz também uma referência à peste bubónica que à época assolou Lisboa e que ficou conhecida como a “Peste Grande”, acentuando assim, negativamente, a caracterização do ambiente social em que Camões tenta publicar Os Lusíadas.
Segundo Leonor Martins Coelho, no seu livro O Teatro de José Saramago. (Im)possibilidades da Utopia (Húmus, 2022), “Na teatralização da vida e obra de Luís de Camões, José Saramago não se cinge ao trabalho biográfico ou à visão crítica que mostra o poeta numa luta contra os poderes da época, quer o da nobreza conservadora e ociosa, quer o do clero inquiridor e excludente. (…) Em Que Farei com Este Livro?, o leitor/espetador deparar-se-á com a condição do artista que lutou para ver impressa a sua obra-prima, descobrindo inúmeros desconcertos do mundo que se abatem sobre o indivíduo.”
Camões, as armas e os barões assinalados…é uma proposta adaptada da obra de Saramago, que pela sua extensão e complexidade dramática obrigaria a um maior esforço de produção, incomportável, neste momento. Esta sugestão cénica reduz o tempo de ação, o que obriga ao corte de algumas personagens e respetivas falas, mantendo, no entanto, a essência e o espírito do texto original. Em “Camões, as armas e os barões assinalados“, a ação, não descurando o ambiente em pano de fundo, centra-se, essencialmente, nas relações pessoais de Camões e na sua luta para conseguir apoios que lhe permitam publicar o seu poema épico, terminando, também, a proposta cénica apresentada pela ATEF com o momento da publicação do primeiro exemplar de Os Lusíadas.
O poema épico de Camões segue um modelo de estrutura interna de tradição clássica, que se divide em quatro momentos, “Proposição”, “Invocação”, “Dedicatória” e “Narração”.
Procura o encenador de Camões, as armas e os barões assinalados…respeitar essa estrutura clássica original, fazendo-a incidir, apenas, nos diferentes momentos da ação dramática usada na adaptação, que pode ser resumida na dificuldade de se publicar qualquer obra literária num Portugal dominado pela Inquisição e governado por um ‘rei menino’ – com a cabeça cheia de aventuras de guerra -, sem qualquer apego às coisas da governação ou das artes e das letras.
Assim, se no primeiro momento, em “Proposição”, Camões faz a apresentação da matéria épica, anunciando que cantará os feitos ímpares dos heróis portugueses, desde os reis aos marinheiros conquistadores, também o encenador começa por anunciar o propósito de contar as incidências camonianas, quando o escritor pretendeu publicar a sua obra.
“Proposição” é, pois, o momento mais óbvio ao longo do espetáculo, vertido nas tentativas de Camões em conseguir apoios que pudessem pagar a impressão do seu livro. A “Invocação” e a “Dedicatória” surgem plasmadas, primeiro na argumentação do poeta, quando tenta valorizar a sua escrita, quer junto do rei, quer junto do conde da Vidigueira, neto de Vasco da Gama e, depois, quando sugere aos mesmos a inclusão de dedicatórias que pudessem associar os seus nomes à obra. No espetáculo encenado, a “Narração” acontece com a publicação de Os Lusíadas e a declamação das primeiras estrofes do 1º canto do livro de Camões, com que o espetáculo termina.
Encenar uma proposta a partir do texto dramático de Saramago foi um desafio, mas também um enorme prazer. A intenção foi tornar o espetáculo acessível a todos os
públicos, sem descurar a qualidade teatral da obra original do Prémio Nobel da Literatura, seguindo um caminho contemporâneo, embora mantendo alguns pontos da identidade de uma época, num equilíbrio sempre difícil. Por um lado, pretendíamos que os atores tivessem uma interpretação caraterizada, sobretudo, pela expressão do mundo interior, pela importância do expressar sentimentos e emoções. Por outro, em termos visuais, queríamos manter um ‘certo impressionismo’, onde, mais do que a fixação ‘fotográfica’ das formas e das imagens, se valorizasse os efeitos tonais e a ‘impressão visual do instante’.
Cabe agora ao espetador sentir se os propósitos aqui enumerados foram atingidos.
António Plácido
FICHA TÉCNICA e ARTÍSTICA
Texto original | José Saramago
(direitos cedidos, com o apoio dos herdeiros de José Saramago)
Dramaturgia e Encenação | António Plácido
PERSONAGENS – INTÉRPRETES:
Cardeal D. Henrique (tio-avô de D. Sebastião, Inquisidor mor) | Eduardo Luiz
Catarina de Áustria (avó de D. Sebastião) | Márcia Rodrigues
Ana de Sá (mãe de Camões) | Ester Vieira
Diogo do Couto (historiador, amigo de Camões) | Xavier Miguel
Luís de Camões | Pedro Monteiro
Miguel Dias (colega de Camões / Universidade de Coimbra) | Marcos de Góis
Martim da Câmara (secretario do rei D. Sebastião) | Luciano Moniz
Rei D. Sebastião | Salvador Andrade
Frade (jesuíta) | Marco Vieira
Nobre 1 | Francisco Côrte
Nobre 2 | João Temes
Francisca de Aragão (aia da corte, antiga namorada de Camões) | Sara Cíntia
Conde da Vidigueira (neto de Vasco da Gama, vice-rei da Índia) | Pedro Pisco
Condessa da Vidigueira / Maria de Ataíde | Mary Abreu
Aia da condessa da Vidigueira | Marta Faria
Frei Manuel Encarnação (jesuíta) | Luciano Moniz
Damião de Góis (diretor da Torre do Tombo, tio-avô de Camões) | Duarte Rodrigues
Frei Bartolomeu Ferreira (jesuíta Inquisidor) | Marcos de Góis
António Gonçalves (tipógrafo da 1ª impressão de "Os Lusíadas") | Pedro Pisco
Direção de Cena | Luís Melim
Cenografia, figurinos e adereços | Margarida Lemos Gomes e São Gonçalves
Este criação inclui elementos de cenário e figurinos patrimoniais do OFICINA
VERSUS TEATRO, conceção de Duarte Rodrigues.
Assistência ao Guarda-Roupa| Luís Melim e Ester Vieira
Costura | Teresa Neves e Susana Caires
Manutenção de Guarda Roupa | Salete Silva
Contrarregra | Francisco Côrte, João Temes, Luciano Moniz, Luís Melim e Marco Vieira
Recreação do tema “Erros meus, má fortuna, amor ardente” | Marta Faria e Slobodan
Sarcevic
Gravação, Masterização e construção de Banda Sonora | Luís Calhanas
Desenho e Montagem de Luz | António Freitas
Assistência Técnica | Luís Melim
Operação de Luz | Deltasom e Luís Melim
Operação de Som e Imagem | Deltasom e Diogo Brazão
Carpintaria de Cena e transporte de materiais | Anastácio Santo e CMF
Imagem de Cartaz | Isabel Parker
Design gráfico e comunicação | Filipe Gomes | oneline design
Redação e Revisão de Conteúdos | Ester Vieira e Susana Capitão
Video clip promocional | Diogo Brazão
Gravação e Edição – vídeo de espetáculo | Eduardo Costa Produções
Produção Executiva | António Plácido e Ester Vieira
Assistente de Produção | Luís Melim e Susana Capitão
Promoção e Divulgação | António Plácido, Ester Vieira, Filipe Gomes | oneline e Jessica Jedid
Apoio Administrativo e bilheteira| Janete Capitão
Frente Casa | Susana Capitão
Agradecimento | Laura Gonçalves
Duração do Espetáculo: 80 minutos
Procedimentos de Bilheteira:
– Confirmação de reserva validada com sinalização de 50% do número de alunos a reservar, por transferência bancária para o IBAN da ATEF | PT50 0036 0325 9910 0015 6286 8.
– Enviar o comprovativo para direcao@atef.pt com Cc susanacapitao@atef.pt
– O valor remanescente do pagamento será cobrado no próprio dia do espetáculo. No caso de ser necessário recibo, serão recolhidos os dados de faturação e o mesmo será enviado por email para a entidade requerente.
Desistências de reserva e reembolsos:
– a) Sem penalização, quando a desistência ocorra até 1 semana antes do dia reservado. Caso contrário, o valor do sinal não será devolvido.
– b) Só se devolverá o valor do sinal nas seguintes situações:
Não realização ou Interrupção do espetáculo por motivo de força maior que resultem de
acontecimentos imprevisíveis cujos efeitos se produzam independentemente da vontade do
promotor nomeadamente – incêndios, inundações, ciclones, tremores de terra e outras causas naturais que diretamente impeçam a realização do espetáculo.
– Impossibilidade de deslocação do espetador por motivos de força maior, nomeadamente
impedimentos ao nível do transporte ou devido a outras causas naturais.
– Nos casos que impliquem a restituição da importância correspondente ao preço dos bilhetes, esta é efetuada no prazo de 30 dias úteis contados a partir do evento.
RESERVAS E CONTACTOS | ATEF
segunda a sexta 09h30 – 12h30 e 14H30 – 17h30
Telef. – 291 226747 | 933 369 136
Email – reservas@atef.pt
NÃO ACEITAMOS RESERVAS POR FACEBOOK
RÚBRICAS DO SERVIÇO EDUCATIVO | ATEF:
• TRADUÇÕES LGP – sujeitas a marcação antecipada.
• “CONVERSA DE BASTIDORES” | encontros – conversas entre os alunos das Escolas e os Atores, sujeitos a reserva. Estas ações poderão ocorrer em todas as sessões.
Preçário | Bilheteira
4,50 € | Escolas | Instituições de Solidariedade Social (mediante reserva)
10,00 € | Público em Geral
DESCONTOS
5,00€ | SPM – Sindicato dos Professores da Madeira
6,00€ | Residentes freguesia Stº António* | Artistas* | Familiares de Sócios ATEF | Familiares e
Amigos do elenco
8,00 € | Estudantes* | Crianças e jovens até 18 anos* | Maiores 65 anos* | Professores*
| Grupos 10 ou mais pessoas
PACOTES / DESCONTO
13,00€ | 01 adulto + 01 crianças
20,00€ | 01 adulto + 02 crianças
23,00€ | 02 adulto + 01 crianças
30,00€ | 02 adultos + 02 crianças
*Apresentação de documento comprovativo