Youkali – Uma Ilha
a partir d’A Ronda de Arthur Schnitzler e outros autores
a partir d’A Ronda de Arthur Schnitzler e outros autores
Temporada artística
2015/2016
Encenação
Fernando Heitor
FICHA ARTÍSTICA
Atores | Ana Graça; António Plácido; Celina Pereira; Duarte Rodrigues; Eduardo Luíz; Ester Vieira; Eugénio Cabral; Filipe Luz; Isabel Martins; Márcia das Dores; Margarida Gonçalves; Mariana Faria; Pedro Santos; Rúben Silva.
Músicos | Duarte Nuno (Piano); Ivo Baptista (Contrabaixo) e Jorge Maggiore (Percussão).
Ficha Técnica
Música Original, Orquestração e Direção Musical | Duarte Nuno
Direção Vocal | Lidiane Duailibi
Coreografia | Casey-lee Binns
Cenografia | Carolina Azkue e Rúben Freitas*
Iluminação | Hélder Martins
Seleção de Guarda-roupa** | Cristina Loja, Duarte Rodrigues e Fernando Heitor
Operação de Som | Henrique Vieira
Fotografia de Cena | Célia do Carmo
Design Gráfico | DDiArte
Direção de Produção | António Plácido
Assistentes de Produção | Ester Vieira, Filipe Luz e Magda Paixão
Direção de Cena | Cristina Loja e Eugénio Cabral
Frente Casa e Bilheteira | TEF
Coordenação Geral do Espetáculo e Assistência de Encenação | Eduardo Luíz
* O cenário de YOUKALI – Uma Ilha: fruto de uma parceria recente, celebrada entre o TEF e a Universidade da Madeira (UMa), orientada pelos professores Duarte Encarnação e Vítor Magalhães, nasce o cenário de YOUKALI, criação de Carolina Azkue e Rúben Freitas (ex-alunos, licenciados pelo Curso de Arte e Multimédia). Uma peça visual de ilustração e complemento ao universo cénico, conduzido por Fernando Heitor. Um diálogo interativo, essencial e produtivo, entre as artes visuais e as artes cénicas. Uma aposta ganha neste primeiro projeto do protocolo com a UMa.
A parceria vai continuar na próxima temporada artística 2016-2017, permitindo a alunos e licenciados da UMa, a experimentação de outras valências e técnicas – como atores e como técnicos – direção de cena, montagem e operação de luz e som. E na sua própria área, envolvendo-se na plástica de cena – como cenógrafos, aderecistas e figurinistas.
** Utilização/adaptação de figurinos e adereços, de anteriores produções do TEF.
Sinopse
Uma comédia romântica onde a representação, o canto, a música, a dança e o movimento são uma constante. Um espetáculo sobre o Amor e a Esperança e onde as ilhas aparecem como portos de abrigo e locais paradisíacos onde todos podem encontrar a felicidade que buscam pelo mundo inteiro.
Fernando Heitor
Texto do Encenador
Este espetáculo que enceno a convite do TEF nas comemorações dos seus 40 anos, foi construído a partir duma canção de Kurt Weill, Youkali. A letra da canção incita as pessoas a partirem para Youkali, uma ilha onde o amor é possível, onde a felicidade e o prazer estão sempre presentes. A partir daqui comecei a procurar textos, canções, quadros e filmes onde a figura da Ilha aparece sempre como um local paradisíaco que nos convida a ficar e a ser feliz. É assim na Ilha dos Amores d’Os Lusíadas de Camões e é assim no episódio de Circe na Odisseia de Homero, onde a tripulação de Ulisses é tentada a seguir o chamamento das sereias. Foi-se formando dentro de mim um pensamento obcecante que me apeteceu desenvolver – temos de procurar a nossa Ilha, temos de escolhê-la e depois partir. Nada mais grandioso que o homem que dedica a vida à procura da felicidade.
A peça de teatro A Ronda do austríaco Arthur Schnitzler, editada em 1900, serve de espinha dorsal ao espetáculo. Trata-se da sequência de dez pequenas histórias onde em cada uma delas há um casal que procura o amor um com o outro.
Entre estas dez pequenas histórias, através de texto, canções e dança, falo de Ilhas, da figura utópica que por vezes ganharam na linguagem de diversos artistas e de como se pode ser muito feliz rodeado de mar por todos os lados. Além do que escrevi, utilizo textos de Camões, de Maria Aurora, de Élvio Camacho e de Oscar Wilde.
Tive a sorte, única, de poder trabalhar com uma forte equipa criativa. A cenografia da autoria dos pintores Carolina Azkue e Rúben Freitas recria um salão de baile decadente onde se desenvolve toda a ação. A direção musical de Duarte Nuno traz por um lado uma certa nostalgia, por outro ajuda a criar um ambiente de grande alegria de viver. A direção vocal de Lidiane Duailibi dá aos intérpretes, sobretudo habituados a falar, uma grande segurança no canto. E por fim a coreografia de Casey-lee Binns ajuda à construção duma linguagem cénica mais contemporânea e imprevista.
YOUKALI – UMA ILHA tem todos os condimentos duma comédia musical, mas pretende-se um objeto inovador, mais próximo da realidade em que está a ser construído e onde vai ser apresentado.
Agradeço ao TEF o convite que me fez. Tenho-me divertido muito e sofrido um bocado, é sempre muito doloroso “levantar” um espetáculo teatral, mas é esse “sofrimento” que dá ânimo para procurarmos a nossa Ilha, a nossa Youkali. Mantenho presente na memória com grande prazer os três anos que trabalhei com esta companhia de Teatro entre 1982 e 1985.
O melhor do Teatro, como se sabe, são os atores. Agradeço-lhes o entusiasmo e a confiança. É um grande elenco.
Com todo o amor, dedico YOUKALI – UMA ILHA a duas muito grandes e queridas amigas: a Maria Aurora e a Lília Bernardes.